
A morte de uma arara-canindé, registrada por moradores e comerciantes do Jalapão causou revolta e comoção na região. Segundo eles, o animal encontrado com marcas que podem ter sido provocadas por disparo de arma de fogo seria Nina, uma ave dócil e conhecida por quem frequenta as estradas, restaurantes e pontos turísticos da região.
Conforme moradores, a ave costumava interagir com turistas e até ‘pegar carona’ em veículos. Eles relatam que a ave, encontrada morta na segunda-feira, 3, teria sido vista pela última vez no último domingo, 2, em uma plantação de frutas na comunidade quilombola Carrapato.
Nina como era chamada a ave, convivia há pelo menos quatro anos perto dos moradores, e muitas vezes, se aproximava dos turistas e até entrava nas residências. A estudante Denisa Matos da Silva, de 16 anos, foi uma das pessoas que reconheceu a ave. Ela contou ao G1 Tocantins que sempre acordava com a arara entrando em seu quarto. No final da tarde de domingo, Nina chegou a deitar no colo do pai da adolescente. Pouco depois ela saiu voando e não foi mais vista.
“É muito difícil. Ela era muito apegada comigo. Todos os dias ela entrava no meu quarto. Quando eu acordava ela saía voando. Ela ficava no mato o tempo todo. Nem quis ir lá para ver se era realmente ela”, lamentou a jovem aos prantos.
O engenheiro ambiental Igor Tosello, também ouvido pelo G1, e que já esteve com Nina, explica que a criação de animais silvestes em cativeiro é crime, mas a ave escolheu viver perto dos humanos. ‘A Nina nunca sofreu isso. Ela sempre foi uma ave extremamente livre, que optou morar na comunidade quilombola Carrapato. Ela pegou a Denisa como uma parceira. Ela acordava e dormia com ela, entrava pela janela. Todo psitacídeo pega um parceiro para a vida toda. Acredito que ela escolheu a Denisa. Ela fazia a alegria de todo mundo no Jalapão’, explicou.