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Da Redação do CP Notícias

Foto: Lia Mara/Secom de Palmas

A coreografia está presente desde a definição do tema da quadrilha junina e tem grande influência na construção da história, junto com as pesquisas e escolha das músicas. Por essência, a quadrilha junina é uma apresentação de dança, que conta uma história e usa outros elementos para enriquecer o espetáculo, como os figurinos coloridos e cheios de formas, o teatro, a poesia, a rima, o repente e a música. “A quadrilha é uma dança muito complexa e a coreografia começa a ser construída em fevereiro, temos os primeiros casais e começamos a trabalhar. Nós somos três coreógrafos na Arrasta Pé da Liberdade e não é um trabalho fácil, mas é maravilhoso”, explica o dançarino e coreógrafo Thiago José dos Santos.

A coreografia evolui conforme os ensaios. Os blocos são montados integrando a história à dança. “São meses de ensaios intensos, os casais com uma evolução melhor ficam na frente, conduzindo os demais. Temos essa primeira definição dos casais, fazemos a montagem do espetáculo; depois fazemos a limpeza, que são os passos que não estão dando certo ou movimentos que precisamos mudar; entramos com as marcações do grito do grupo, da sintonia; e aí introduzimos o teatro. Depois é ensaiar tudo junto e aperfeiçoar”, detalha Thiago.
 

Thiago destaca que as juninas exigem trabalho intenso dos coreógrafos para garantir a sincronia do grupo, pois são muitos casais e muitas marcações. “A coreografia precisa trazer uma complexidade e riqueza, levamos muitos passos do balé e da dança de salão para a quadrilha e assim deixar o espetáculo ainda mais grandioso. Mas, temos que considerar também que os participantes, no geral, não são dançarinos profissionais.”

Thayná Balduíno, que também é coreógrafa da Arrasta Pé da Liberdade, lembra que um quesito importante na apresentação e considerado pelos jurados é a coreografia, que precisa apresentar uma complexidade e passos diferentes. Thayná também é a rainha da Arrasta Pé da Liberdade, demonstrando que trabalhar com quadrilha junina é se apaixonar e integrar essa festa da cultura brasileira. Thiago e Thayná são professores de dança na Escola ContraTempo Dança de Salão. Thiago dança desde 2005 e tem graduação em Artes e Teatro, e Thayná é bailarina, ensina balé e dança de salão.
 

A quadrilha junina vai além do esplendor das apresentações, com a riqueza do espetáculo que engaja dezenas de pessoas. Ela também fomenta a economia criativa com a contratação de artistas como os coreógrafos. “É uma forma de incentivar o artista da dança e de valorizar os profissionais daqui de Palmas e do Tocantins”, avalia Thiago. Além da dança, a maior festa junina do Norte do Brasil fomenta uma cadeia de serviços, como composição e gravação de músicas; locação de estúdio e banda; estilista para os figurinos; costureiras; bordadeiras; maquiagem e cabelo; artesãos etc.
 

O 30º Arraiá da Capital começa no dia 22 deste mês, no estacionamento do Estádio Nilton Santos, em Palmas (TO). Serão cinco noites com a apresentação de 14 quadrilhas juninas na Capital tocantinense, contando ainda com 19 shows, dos quais dois são nacionais, Falamansa e Companhia do Calypso.

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