A conta é alta. O custo anual estimado dos acidentes ocorridos em rodovias federais na Bahia alcançou a marca de R$ 861,49 milhões. Os dados são do último levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários divulgado em fevereiro e que trazem números de 2022. Pior do que os prejuízos aos cofres, é o número de vítimas que a insegurança rodoviária gera: o Estado registrou 3.427 acidentes com 2.884 mortes, ou quatro acidentes com vítimas a cada 10 km de rodovia. Um estudo retroativo, que soma os dados entre 2027 e 2022, eleva o número: neste período, mais de 54 mil pessoas perderam suas vidas nas estradas baianas.
A falta de estrutura compromete a segurança de quem transita nas estradas. Neste sentido, softwares de gestão de frota corporativa promovem direção defensiva e controle do estado de conservação e manutenção dos veículos. É exatamente da Bahia que uma destas funcionalidades vem: a solução da startup Infleet reduz em até 60% os riscos de acidentes ao colaborar em 80% com a redução de descuidos ao volante.
“A nossa tecnologia de câmera com inteligência artificial detecta situações preocupantes no trânsito, como as distrações com o celular ou com o cigarro, ou mesmo a fadiga do motorista”, sublinha um dos diretores da empresa, Henrique de Amorim Viana Lima. Ele explica que a solução é fornecida a frotistas de diversos elos da cadeia produtiva do setor logístico, tanto a frotas de veículos leves como pesados. “Segundo levantamento interno feito pela nossa empresa, a frota corporativa no Brasil hoje é de pelo menos 10 milhões de veículos”.
Dinâmica
O software otimiza o consumo de combustíveis e pneus. Faz a gestão também de aspectos ligados à conservação e manutenção, tais como desgaste mecânico. Com isso, além de assegurar ao frotista a segurança de seus veículos, oferece resultados de ordem econômica e financeira, bem como de sustentabilidade socioambiental.
“Nossa gestão de frotas reflete os valores relacionados à cultura de condução econômica e defensiva, responsável pela contenção do consumo de combustíveis e, consequentemente, da queima de combustíveis fósseis”, destaca Lima. O diretor destaca, ainda, que a startup fornece treinamento aos motoristas. “Esse investimento modifica os hábitos de direção, permitindo a redução de desgaste mecânico, manutenção, acidentes e poluentes.”
São aplicados procedimentos que combatem vícios enraizados; além disso, se apropriam de forma eficiente das leis da física e dos recursos que os próprios carros oferecem. “Entre esses procedimentos, alguns fazem os condutores seguirem regras básicas, como usar a inércia, acelerar e frear devagar, manter a velocidade constante e mudar de marcha em RPM adequado, o que se constituiu em uma estratégia eficiente para uma condução sustentável”, afirma.
“O recurso de telemetria, por exemplo, é capaz de fornecer informações sobre o veículo, seja ele um caminhão ou um carro pequeno, em tempo real; com isso, o monitoramento da frota é feito de forma assertiva. O sistema identifica frenagens, aceleração, curvas acentuadas, concede dados como RPM [rotações por minuto], temperatura do motor, aceleração, abertura de baús, portas e diversas outras informações.”
Fora os ganhos em segurança, essas funcionalidades impactam em redução de até 20% nos custos de manutenção e abastecimento dos veículos, pontua Lima. “Sem falar, naturalmente, na redução de poluentes.”