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Deltan Dallagnol pede que PF investigue novo juiz da Lava Jato por suposta doação a Lula

Foto: Poder 360/Divulgação

O deputado federal pelo Paraná e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos-PR) solicitou a Polícia Federal nessa terça-feira, 27, a abertura de inquérito sobre supostas doações feitas em nome do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, a campanha do presidente Lula da Silva (PT). Conforme o deputado, ‘é preciso apurar se laranjas fizeram as doações, já que o juiz negou ter feito os repasses’.

Em post em uma rede social, o deputado garante que ‘foram identificadas 2 doações em nome do juiz Appio: uma de R$ 13 para Lula e outra de R$ 40 para Ana Júlia Ribeiro. Se for verdade que ele não fez as doações, estamos diante de possível esquema ilegal de financiamento de campanha, utilizando dados de terceiros sem consentimento’, escreveu o deputado oposicionista.

Dallagnol disse no post que ‘os fatos são graves. Se os indícios forem comprovados, é preciso apurar urgentemente a existência de possíveis crimes eleitorais, de falsidade ideológica e também de lavagem de dinheiro, já que os valores também podem ter sido “lavados” para financiar campanhas do PT’, disse.

Juiz alfinetou Dallagnol e Moro

Reprodução/Justiça Federal – Eduardo Fernando Appio

Em entrevista ao Uol, o novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, agora responsável pelos processos da Lava Jato alfinetou o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o deputado Dallagnol pelo vazamento de conversas entre o ex-juiz e procuradores da Força Tarefa, episódio conhecido como Vaza Jato.

O magistrado disse não ter “o hábito de conversar secretamente por Telegram”. Para o magistrado, os diálogos entre o ex-juiz e os procuradores “erodiram a credibilidade” da operação. “Sobre o rumo que a Força Tarefa vai adotar, não sei, porque não conversei ainda com os procuradores, a não ser durante as audiências, e não tenho o hábito de conversar secretamente por Telegram, WhatsApp, esse tipo de coisa”, afirmou.

Moro e Deltan utilizaram sistema de Justiça para perseguir interesses pessoais, denunciam advogados – Reprodução

A Força Tarefa foi remodelada pelo procurador-geral Augusto Aras, que a meu ver foi criticado de forma injusta, porque vieram à luz aqueles diálogos da Vaza Jato. É inegável que aqueles diálogos contaminaram a credibilidade [da operação]. A questão tanto da Vaza Jato quanto o atual senador assumir o posto de ministro do governo Bolsonaro, praticamente no dia seguinte da eleição, são fatos que erodiram a credibilidade como um todo”, acrescentou.

Questionado sobre Lula, Appio disse que o petista “é inocente do ponto de vista do judiciário porque todas as condenações [contra ele] foram anuladas por incompetência do juízo.”

“A prisão do Lula, do ponto de vista técnico, estritamente processual, ela foi válida naquele momento, porque era baseada numa decisão do Supremo, que havia mudado radicalmente seu entendimento sobre a chamada execução provisória da pena criminal, que permitia que a pessoa começasse a cumprir pena antes de exaurir todos os recursos. Depois, o Supremo vem e muda o entendimento, quando muda, isso é considerado direito novo. Então do ponto de vista estritamente técnico a prisão não tinha sustentação jurídica, na minha opinião técnica sobre o assunto”, afirmou o juiz.

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