“Aqui estão aqueles e aquelas que não escolheram o lado fácil da história e que já sofreram durante a sua vida todo tipo de pressão e não se entregaram. Não é nesse momento em que a gente precisa tanto enfrentar essa tentativa de silenciamento por parte dos fascistas de plantão e da extrema direita que a gente vai recuar. O deputado Arthur Lira tomou a decisão de cassar e nós tomamos a decisão de não sermos derrotados”, frisou o deputado federal Glauber Braga no ato em Palmas (TO), na noite desse sábado, 7 de junho. O evento foi organizado pelo PSOL Tocantins, partidos de esquerda e movimentos sociais.
O parlamentar foi recebido no Plenarinho da Câmara Municipal de Palmas com uma forte demonstração de apoio durante o ato político em defesa do seu mandato e contra o processo de cassação instaurado no Conselho de Ética dos Deputados. A atividade, que deu sequência à Caravana Nacional #GlauberFica, contou com a presença de diversas lideranças locais, partidos de esquerda, movimentos sociais e representantes da sociedade civil. Entre os órgãos presentes estavam PT, PSOL, PCdoB, Rede Sustentabilidade, além do setor de mulheres, juventude e igualdade racial. E a presença do Coletivo Somos, com a vereadora Thamires Lima (PT) ao lado do parlamentar na mesa, e a presença dos co-vereadores no Plenarinho.
Após as dezenas de falas de apoio dos líderes, deputado Glauber fez uma retrospectiva do processo de perseguição política que começou a sofrer após fazer falas combativas ao deputado Lira, críticas às ações da extrema direita e, o principal, as denúncias sobre o orçamento secreto, com desdobramentos no Supremo Tribunal Federal (STF) e investigações da Polícia Federal. “Foram as denúncias contra o orçamento secreto, que culminou em uma ação no STF e levou ao bloqueio, pelo ministro Flávio Dino, de mais de R$4 bilhões de emendas parlamentares. Foram as denúncias das manobras e articulações do Arthur Lira para garantir a execução desse dinheiro de forma suspeita. Como explicar um deputado não querer ser o autor da destinação de um recurso? Não ter seu nome atrelado a indicação feita?”
A acusação formal contra o deputado surgiu após um embate com membros do MBL, mas ganhou contornos políticos, sendo interpretada por juristas e militantes como uma tentativa de silenciamento de uma das vozes mais combativas no parlamento. Durante o ato, recorrentemente enfatizou-se que a cassação não ameaça apenas o mandato de Glauber Braga, mas representa um risco à liberdade de expressão e à autonomia parlamentar, golpeando a representatividade popular.
Além das falas de parlamentares e representantes de movimentos diversos, Glauber Braga apresentou-se como a voz central da mobilização. Denunciou o caráter político do processo disciplinar e reforçou a necessidade da união das forças democráticas contra retrocessos sociais e autoritários.