
Por José Braga Ribeiro Neto, diretor do Colégio Marista Palmas
No dia 12 de novembro, celebramos o Dia do Diretor Escolar, e confesso que sempre recebo essa data com mais reflexão do que celebração. Ser diretor é uma tarefa que ultrapassa cargos e títulos: é, antes de tudo, um exercício diário de cuidado com o outro e de fidelidade ao propósito educativo que sustenta uma comunidade inteira.
Em minha caminhada como diretor, aprendi que nenhuma estratégia é mais poderosa que o sentido de pertença. É ele que dá alma à escola, que conecta o estudante ao seu colégio, o colaborador à sua missão e as famílias à confiança de fazer parte de algo maior. Pertença é o sentimento silencioso que transforma uma instituição em comunidade e uma rotina em vocação.
A liderança escolar, para mim, nasce da escuta. Escutar o que se diz e o que se cala. Escutar os gestos, as ausências, as expectativas e as dores. É na escuta que se constrói confiança, e é da confiança que nasce a corresponsabilidade, quando cada pessoa entende que também é protagonista da história que estamos escrevendo juntos.
Dirigir uma escola é cuidar de um ecossistema de vidas. É estar com o estudante que brilha nas olimpíadas do conhecimento e com aquele que ainda busca seu lugar no mundo. É apoiar o professor que inova e também o que precisa reencontrar sentido. É olhar para cada colaborador e perceber nele um elo indispensável para que a missão educativa aconteça com coerência e amor.
Liderar é sustentar a visão, mas também as relações. É alinhar metas, mas sem perder o vínculo. É projetar resultados, mas sem esquecer que, antes de qualquer número, estão pessoas. E pessoas só se entregam plenamente quando se sentem parte, quando percebem que o espaço onde trabalham e estudam também lhes pertence.
O diretor escolar, mais do que gestor, é tecelão de vínculos. É quem costura as diferenças, reconcilia os tempos e inspira confiança mesmo quando o cenário é desafiador. No fundo, liderar uma escola é um ato de fé: fé nas pessoas, na educação e no futuro que ainda podemos construir juntos.
No Colégio Marista Palmas, minha maior missão é essa: fazer cada pessoa se sentir pertencente. Porque quando alguém se reconhece como parte da escola, tudo o que fazemos ganha sentido. E é nesse pertencimento que mora a força de uma comunidade verdadeiramente educativa.



