Por Dermival Pereira
Em 26 de agosto deste ano usei esse espaço para opinar sobre a aprovação do Projeto de Lei, por 16 deputados (Veja quais parlamentares votaram a favor) tocantinenses que optaram por entregar o Jalapão e os parques do Cantão, de Lajeado e o Monumento das Árvores Fossilizadas no Tocantins a iniciativa privada sem nenhum critério para a exploração.
O agora afastado Mauro Carlesse foi o mentor dessa ideia de Jerico, que a todo custo, pretendia passar suas mãos no que temos de melhor por aqui.
Hoje volto para comentar uma atitude nobre do governador em exercício, Wanderlei Barbosa que, decidiu na manhã desta terça-feira, 30, cancelar o projeto e suspender uma audiência que debatia o tema na cidade de Mateiros. A medida foi tomada de olho em 2022, disso a gente já sabe, pois o projeto é impopular e trouxe repercussão negativa para o Governo, Wanderlei também chegou a ser um entusiasta do projeto, viajou com uma comitiva de prefeitos para conhecer a modelagem e operação do turismo em Foz do Iguaçu, mas, foi decente ao por um fim na ideia de Carlesse.
Wanderlei acertou em ouvir a voz do povo que chegou a se ajoelhar perante uma Assembleia Legislativa insensível aos interesses do povo do Jalapão e voltada aos bajuladores do poder, que apoiaram esse absurdo, pensando unicamente em si mesmos e nos proveitos que poderiam tirar, caso a concessão fosse avante.
O BNDES informou horas depois do anúncio do governador, que o Estado terá que pagar uma multa de R$ 1.840.938,48 referente a “remuneração” do trabalho feito pela equipe do banco, bem como o ressarcimento de gastos com a contratação de terceiros. Que se pague e mande o projeto, quem idealizou vender o Parque Estadual do Jalapão e quem mais interessar possa, para onde o vento faz a curva, para não dizer outro nome.
Afinal, quem tem dinheiro para pagar R$ 35,00 em uma máscara que custa pouco mais de R$ 3,00 no mercado e R$ 23,6 mil em uma cama hospitalar que custa R$ 5 mil país a fora, o valor de R$ 1.840.938,48 é troco, se considerada a liberdade de um povo que desde o início pediu socorro a uma Assembleia surda e foi contra um governo cínico.
Nasci e fui criado em Novo Acordo, cidade considerada portal de entrada do Jalapão, que Carlesse fez questão de ignorar na hora de levar asfalto a uma gente sofrida que por anos andou a pé e nas costas de mulas e jumentos.
Hoje, nós novoacordenses e jalapoeiros, respiramos aliviados com essa decisão, pois não precisamos de concessão, precisamos de investimentos em estradas que nos levem até o Jalapão, não somente a uma das muitas propriedades de Carlesse, queremos políticas públicas que incentivem e fomentem o turismo na nossa região, de energias limpas, de atitudes decentes, ainda que de olho no nosso voto. Wanderlei foi deceeenteeeeeeeeeeeeeeeeeeee!…..