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Na França, manifestantes põem fogo na Câmara Municipal de Bordeaux durante protesto contra Reforma da Previdência proposta por Macron

Em mais uma ação, manifestantes franceses atearam fogo, nessa quinta-feira, 23, no edifício da Câmara Municipal da cidade de Bordeaux. As chamas foram apagadas pelos bombeiros e uma pessoa foi detida. Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas de diferentes cidades. O incêndio na Câmara de Bordeaux ocorreu durante protestos contra o aumento da idade da aposentadoria de 62 para 64 anos, proposta pelo governo de Emmanuel Macron. Os atos seguem pautados pela violência. 

Nessa quinta-feira à noite, a porta de acesso à Câmara Municipal de Bordeaux foi incendiada”, diz, em sua conta no Twitter, o presidente da instituição, Pierre Hurmic. “Condeno, com a maior veemência, essa violência que não tem outro significado que não o de atacar a casa comum do povo de Bordeaux”, afirmou ele, acrescentando que “a intervenção dos serviços de incêndio e salvamento e dos agentes municipais permitiu conter o incêndio, preservando a integridade das instalações”.

O edifício da câmara reabre normalmente nesta sexta-feira para garantir a continuidade do serviço público à população”, informou Hurmic.

Os sindicatos já convocaram novos protestos para a próxima terça-feira (28), dia em que o rei Carlos III estará em Bordeaux. O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, tentou dissipar preocupações antes da viagem do monarca inglês. Disse que a segurança “não constitui um problema” e que Carlos III será bem recebido.

Protestos

O país entrou, ontem (23/03), no nono dia de protestos nacionais, desde 16 de janeiro, mas o primeiro desde que o Executivo francês recorreu, em 16 de março, a uma disposição constitucional para fazer passar o texto da reforma previdenciária sem votação parlamentar. Estações de comboio, aeroportos e refinarias foram bloqueados por manifestantes. Os oito principais sindicatos convocaram greves que afetaram vários setores, especialmente os transportes.

O sindicato CGT diz que as mobilizações reuniram 3,5 milhões de pessoas em 300 cidades, e o governo afirma que foram pouco mais de 1 milhão, segundo a France Presse. De acordo com as autoridades, 80 pessoas foram detidas em todo o país. Em Paris, onde mais de 119 mil pessoas participaram das manifestações, a polícia dispersou o movimento com o uso de gás lacrimogêneo. Foram detidas 33 pessoas.

A primeira-ministra, Élisabeth Borne, reagiu no Twitter: “Demonstrar e expressar desacordo é um direito. A violência e a destruição a que assistimos são inaceitáveis. Toda a minha gratidão às forças de segurança mobilizadas”.

Houve ainda confrontos entre os manifestantes e a polícia nas cidades de Rouen, Nantes, Rennes e Lorient.

Para os sindicatos e a oposição, o dia foi um sucesso. No entanto, o futuro dos protestos é incógnita. O governo espera que as manifestações percam intensidade e que a violência afaste a população das ruas. Para a oposição, elas não vão diminuir, e os sindicatos terão de conceber uma estratégia para avançar.

Desde janeiro já ocorreram nove dias de protestos nacionais, e as forças sindicais convocam para o décimo na terça-feira.

Na capital, atrações turísticas como a Torre Eiffel e o Palácio de Versailles, onde está previsto um jantar com Carlos III e o presidente Emmanuel Macron na próxima semana, foram fechadas ontem. (Com informações da Agência Brasil).

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