Estado

Operação Nêmesis é deflagrada um dia após PSB pedir prisão de Wanderlei Barbosa

Partido do vereador Carlos Amastha acusa governador afastado de descumprir medidas cautelares ao se reunir com outros investigados na Operação Fames-19; uma das deputadas que o visitou foi alvo da PF nesta quarta-feira.

A Operação Nêmesis, deflagrada pela Polícia Federal em Palmas nesta quarta-feira (12), ocorre um dia após o PSB, partido do vereador Carlos Amastha, protocolar um pedido de prisão contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos).

A alegação do partido é que o governador teria descumprido as medidas cautelares impostas pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da Operação Fames-19.

Quebra de Cautelares

O comunicado do PSB, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), STJ, Polícia Federal e Ministério Público Federal, aponta que Wanderlei Barbosa teria violado a proibição de contato com outros investigados.

Uma das medidas cautelares impostas a Wanderlei e à primeira-dama, Karynne Sotero, é justamente a proibição de manter contato com os demais alvos da Operação Fames-19.

No entanto, o governador afastado recebeu visitas dos deputados estaduais Cláudia Lelis (PV) e Ivory de Lira (PCdoB), ambos também investigados no mesmo inquérito. Segundo o texto, Wanderlei recebeu Ivory no dia 2 e Cláudia Lelis no dia 3.

Os encontros foram divulgados pelos próprios parlamentares em suas redes sociais. Em uma postagem, Cláudia Lelis escreveu: “Manhã hoje com nosso líder, nosso governador Wanderlei Barbosa e a excelente deputada, minha amiga Vanda Monteiro. Tamo junto!”.

Nesta quarta-feira (12), a deputada Cláudia Lelis foi um dos alvos da Operação Nêmesis.

A Investigação da Fames-19

Dez deputados estaduais, incluindo Cláudia Lelis, Ivory de Lira e Léo Barbosa (Republicanos) – filho de Wanderlei –, são investigados na Fames-19. A apuração foca no envio de R$ 38,274 milhões em emendas parlamentares que teriam sido usadas para irrigar um esquema de compra de cestas básicas pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), durante a pandemia em 2020 e 2021.

De acordo com a Polícia Federal, os parlamentares que destinaram as emendas teriam recebido comissão de R$ 10 a R$ 13 por cesta básica adquirida. A decisão do ministro Campbell permite que Wanderlei mantenha contato com seus filhos.

Contexto Político

As visitas dos deputados a Wanderlei Barbosa foram interpretadas no meio político como uma demonstração de força, em um momento em que um grupo de parlamentares tenta articular a abertura de um processo de impeachment contra o governador afastado na Assembleia Legislativa (Aleto).

Além dos investigados, os deputados Eduardo Fortes (PSD), Jair Farias (UB) e Vanda Monteiro (UB) — que não são alvos da Fames-19 — também visitaram o governador.

Reação de Amastha

Na sessão da Câmara de Palmas desta terça-feira (11), o vereador Carlos Amastha comentou as visitas e confirmou o pedido de prisão:

“A gente tem visto todos os dias é deputada Cláudia Lelis ou outro deputado aparecendo, tirando foto publicamente, dizendo ‘meu chefe, estamos juntos’ […] Inclusive, [no comunicado às autoridades] pedindo a prisão do ex-governador pelo descumprimento dessas medidas cautelares. É gravíssimo! Com certeza, o Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal vão tomar as medidas cabíveis, ou a própria Polícia Federal ou o Ministério Público Federal. Estamos brincando com a Justiça, estamos brincando com a democracia!”

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