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Cidades

Palmas 33 anos: Saúde pública ganha qualidade com atuação de agentes que começa dentro de casa

Da Redação do CP Notícias

Doraci de Oliveira Pinheiro da Cruz é ACS desde agosto de 1994, integrando a primeira equipe de agentes da então recém-criada capital do Tocantins, Palmas. Atualmente, ela acompanha 204 famílias no condomínio Lago Sul I, divididas em 13 blocos, integrando a equipe 23, da Unidade de Saúde da Família (USF) Laurides Lima Milhomem, no Jardim Aureny III. “O trabalho do agente é muito gratificante e fundamental para uma saúde pública de qualidade. É ele quem bate de porta em porta verificando os problemas, levantando as demandas e também orientando e informando sobre as campanhas e ações de prevenções”, comenta.

Missão

Há quase 28 anos na missão como ACS, Dora relata como eram os primeiros anos na saúde. “Na época, existia o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o atendimento não era completo. Para ver o médico, somente se fosse na unidade de saúde. Hoje, as equipes são formadas por médicos, enfermeiros e odontólogos, que vão até a casa da pessoa com dificuldade de se deslocar.” Segundo Dora, a USF Laurides conta ainda com o Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf), onde os usuários recebem atendimento com psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, entre outras especialidades.

Dora chegou a Palmas em dezembro de 1990, aos 22 anos, vinda de Imperatriz (MA), em busca de oportunidades para construir sua vida. “Aqui eu me casei, tive meus filhos e construí uma vida muito gratificante.” Um dos momentos mais marcantes em todos esses anos de trabalho como ACS ocorreu em 1995, quando ajudou uma mulher em trabalho de parto. “Era uma hora da madrugada quando me chamaram na minha casa, estava chovendo muito e fui atrás de alguém com carro para levar a mãe para o hospital. Quase ninguém tinha veículo na época. Consegui, fiquei com ela no hospital até a criança nascer, hoje o Hugo vai fazer 27 anos”, recorda a agente.

Visitas

A reportagem da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) acompanhou Dora durante algumas visitas aos moradores do condomínio Lago Sul I. “Tenho hipertensão e meu filho é especial, e a Dora nos ajuda muito”, conta Cristiane Pereira de Carvalho, na vista acompanhada pela reportagem. “Muitas vezes, por causa do trabalho, não consigo ir à unidade de saúde e ela consegue fazer os agendamentos e a consulta, trazer o resultado dos exames”, relata Cristiane, para quem a agente comunitária adotou o condomínio, socorrendo todos quando precisam. Segundo Cristiane, Dora também escuta as pessoas, e quando não as encontra em casa, deixa um bilhete e, mesmo no final de semana, faz visitas.

Goiaci Dias de Souza e Joana Pereira da Silva, também moradoras do Lago Sul I, elogiam o trabalho da ACS, principalmente por causa do apoio para conseguir marcar consultas, exames e até cirurgias. Goiaci conseguiu o encaminhamento e fez uma cirurgia nos olhos e agora está enxergando melhor. Já Joana, que cuida da mãe que está acamada após um AVC, destaca que a agente comunitária sempre está atenta, traz a equipe médica à sua casa para consultar sua mãe, Aldenora.

Estrutura

A Prefeitura de Palmas investe mais de 21% da sua arrecadação tributária na saúde, sendo que a exigência legal é 15%, o que possibilita uma boa cobertura do atendimento público. A Capital tocantinense conta com 33 USFs atendendo todo o município, incluindo os distritos Buritirana, Taquaruçu e Taquaruçu Grande, além de três UPAs e unidades de especialidades médicas. No ano passado, a cidade foi destaque no Ranking Connected Smart Cities 2021, ficando em primeiro lugar na região Norte, e na 31ª posição nacional na área da saúde.

O estudo desenvolvido pela Urban System destaca que a cobertura da saúde pública em Palmas é boa, com 4,71 leitos por mil habitantes, sendo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda de 3 a 5 leitos. São 284,04 médicos por mil habitantes, e despesa per capita de R$ 829,48. A taxa de óbitos infantis é de 1,6 por mil nascidos vivos. Outro ponto de destaque é a cobertura do serviço de coleta e tratamento de esgoto, 88,2% dos domicílios urbanos e 100% de coleta de resíduos sólidos, o que impacta positivamente na saúde da população palmense. (Fonte: Secom de Palmas).

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