A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 1ª Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (DENARC – Palmas), deflagrou, na manhã desta terça-feira, 13, a a Operação Broken Windows (“Janelas Quebradas”, em tradução livre), e prendeu nove pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas e organização criminosa, em Palmas. A Capital vive uma onde de violência, com mais de 80 pessoas assassinadas somente este ano de 2023.
Segundo informou a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-TO), foram cumpridos 19 mandados de busca e cinco mandados de prisão na região sul da Capital, especificamente nas Arses 131 e 132 e no Jardim Aureny III. A Polícia Civil segue em diligências para prender outras duas pessoas que encontram-se foragidas. Durante as buscas, mais quatro indivíduos foram presos em situação de flagrante delito e também foram apreendidas armas de fogo, balanças de precisão, porções de maconha, crack e cocaína. Os materiais passarão por perícia técnica.
O objetivo da operação é, a princípio, tirar de circulação pessoas associadas ao tráfico de drogas no esforço de restabelecer a ordem e a paz na cidade. Além disso, apreender drogas e outros artefatos ligados ao tráfico de entorpecentes, que levem ao fortalecimento de provas indiciárias relativas ao tráfico e à associação ao tráfico dos indivíduos presos.
De acordo com o delegado titular da 1ª DENARC, Thyago Bustorff, a Polícia Civil identificou traficantes que exercem posição de domínio em condomínios e conjuntos habitacionais, onde o tráfico de drogas tem acontecido a portas abertas, uso ostensivo de arma fogo e até mesmo ameaça à comunidade local. “Os traficantes fazem uma espécie de ‘poder paralelo’ ao do Estado nessas áreas. Eles têm tentado, inclusive, criar um ‘tribunal do crime’, em que eles mesmos decidem penalidades contra moradores para caso descumpram as ordens deles”, frisou o delegado.
Os homens presos serão ouvidos pela Polícia Civil e, em seguida, serão encaminhados à Unidade Penal Regional de Palmas, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário.
A operação Broken Windows contou com o apoio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Palmas), 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Palmas), Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (DECOR – Palmas), Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), 1ª e 2ª Delegacias de Polícia de Palmas, Delegacia Especializada de Combate aos Crimes Rurais (Deleagro), Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (POLINTER – Palmas), 2ª Denarc – Araguaína, 2ª DHPP Araguaína, 7ª DEIC Porto Nacional, Grupo de Operações Táticas Especiais (GOTE), Polícia Militar, Núcleo de Operações com Cães da Polícia Penal, e Guarda Metropolitana de Palmas.
Broken Windows
Criada pelos pesquisadores James Q. Wilson e George L. Kelling, há cerca de 40 anos, na Escola de Chicago, nos Estados Unidos, a Broken Windows Theory (Teoria das Janelas Quebradas) defende que quando há uma janela quebrada em um prédio, se não for reparada rapidamente, a tendência é que outras pessoas passem pelo local e quebrem as demais janelas.
A teoria foi aplicada nos anos 80 e 90, em Nova Iorque, quando o Poder Executivo implantou a política de Tolerância Zero para diminuir o índice de violência na cidade, que, até então, era uma das mais perigosas do mundo.
Na prática funciona assim:
Desordem não tratada → cidadãos ficam com medo e se retiram da comunidade → o controle social informal e do Estado diminuem → criminosos percebem a falta de controle e começam a tomar território → o caos aumenta à medida que o crime aumenta sua área de atividade.
Ou seja, de acordo com a teoria, a criminalidade, quando combatida e reprimida ainda em seu estágio inicial, evita que se alastre em proporções maiores.
Então, foi nesse contexto que se intitulou a Operação Broken Windows, com a intenção de reaver os espaços públicos, que foram tomados, momentaneamente, por algumas facções criminosas em bairros periféricos da cidade de Palmas. (Fonte: Polícia Civil).