A gasolina subiu de preço nos postos do país pela quinta semana consecutiva, e voltou a ultrapassar a barreira dos R$ 5,00 por litro, aponta levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A última vez que a gasolina esteve acima de R$ 5,00 foi na segunda semana de setembro. No Tocantins, de 1º de novembro até esta quarta-feira, 16, o preço do produto pulou de R$ 5,18 para R$ 5,23, em alguns postos do Estado.
Os dados constam no levantamento semanal feito pelo Procon Tocantins. Nas últimas três semanas do mês passado, a gasolina comum podia ser encontrada por até R$ 4,99. Na primeira semana de outubro, postos chegaram a vender por até R$ 4,69. O maior preço se manteve em R$ 5,69 desde o início de novembro. Em outubro, o maior preço da gasolina chegou a custar R$ 5,49.
A gasolina aditivada é vendida nesta semana no menor preço igual à comum, R$ 5,23. Mas os valores deste produto podem chegar a R$ 5,99 nos postos de combustíveis de Palmas.
A nível de País, entre os dias 6 e 12 de novembro, o preço médio do litro do combustível nas bombas subiu 0,8%, chegando a R$ 5,02 por litro, ante R$ 4,98 na semana imediatamente anterior. Os cinco aumentos seguidos ao consumidor vieram mesmo com a Petrobras mantendo o preço do combustível congelado há 73 dias. A gasolina sobe desde 2 de outubro, quando o litro chegou a R$ 4,79. Desde então, o produto já acumula alta de 4,8% nas bombas. Isso se deve a aumentos praticados por refinarias privadas, como a de Mataripe (BA), da Acelen, empresa do fundo Mubadala, importadores e varejistas.
Também contribuíram para a escalada dos preços do insumo a alta no preço do etanol anidro, que compõe 27% da mistura da gasolina e, mais recentemente, no início do mês, o fechamento de estradas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que protestavam contra o resultado das eleições. Os bloqueios pressionaram os preços da gasolina em Estados do sul do país, como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, além de regiões de São Paulo.
A redução no preço da gasolina foi uma das bandeiras da campanha à reeleição de Bolsonaro. O preço começou a cair no fim de junho, quando o preço médio do litro da gasolina chegou a um pico de R$ 7,39 por litro. Então, o governo conseguiu reduzir impostos federais e estaduais, medidas que foram seguidas de quatro reduções no preço praticado pela Petrobras nas refinarias.
A ofensiva a pouco mais de três meses das eleições baixou o preço do combustível em 35%, mas, com a alta das cotações internacionais do petróleo e dos derivados, a Petrobras ficou sem espaço para novas reduções e altas no preço final ao consumidor foram verificadas ainda entre o primeiro e segundo turno das eleições.
Diesel
O preço do diesel S10 ficou estável em R$ 6,71 por litro no período. O valor do combustível tem flutuado nas últimas semanas alternando entre altas e baixas, mesmo sem mudanças nos preços praticados pela Petrobras nas refinarias.
Com as cotações internacionais a patamares altos, a estatal não pode reduzir preços por força de sua política de precificação, de alinhamento ao preço de paridade internacional. Ao contrário, dizem analistas ouvidos pelo Estadão, a Petrobras já deveria ter majorado seus preços.
Gás de cozinha
O valor do botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP), ou gás de cozinha, subiu 0,5%. O valor pago pelos consumidores subiu de R$ 109,86, na semana passada, para média de R$ 110,42 entre os dias 6 e 12 de novembro. Assim como o diesel, esse preço tem variado, mesmo sem mudanças nos preços da Petrobras.