Cidades

Prefeitura de Palmas cobra Governo do Tocantins na Justiça por atraso de repasse obrigatório da saúde

Sem cumprir os novos valores de repasses obrigatórios pactuados em novembro de 2022 pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) Tocantins, o Governo do Tocantins já causou um prejuízo de mais de R$ 6,6 milhões à Prefeitura de Palmas. E, ainda, deixou de repassar a contrapartida de 25% referente aos serviços ortopédicos contratados pela prefeitura com o Hospital Palmas Medical, total de R$ 722,1 mil. O valor devido chega a R$ 7,3 milhões e a Procuradoria Geral do Município (PGM) entrou com o pedido de cobrança na Justiça nessa terça-feira, 17 de setembro.

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, destaca que o não pagamento dos repasses obrigatórios por parte do Governo do Tocantins compromete a oferta dos serviços prestados e prejudica diretamente os palmenses, uma vez que a Gestão Municipal conta com menos dinheiro para manter a equipe de saúde necessária nas UPAs. “ O cofinanciamento estadual é essencial para garantir que os municípios tenham condições de manter e ampliar os serviços de saúde, promovendo um Sistema Único de Saúde (SUS) mais eficiente.”

Recursos das UPAs

A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) detalha que o Governo do Tocantins deixou de repassar à Prefeitura de Palmas R$ 6,6 milhões de custeio das UPAs, sendo que o repasse obrigatório mensal de cofinanciamento, a partir de janeiro de 2023, deveria ter sido atualizado para R$ 650 mil ao mês; mas, manteve o valor de apenas R$ 337,5 mil. Em razão do não cumprimento do valor pactuado, a Gestão Municipal enviou ofícios cobrando a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Cirurgias ortopédicas

Acusada indevidamente de lotar o Hospital Geral de Palmas (HGP) com pacientes ortopédicos, sendo que a média e alta complexidade é de competência do governo estadual, a Prefeitura de Palmas apresentou a proposta à SES: contratação do Hospital Palmas Medical para realizar os serviços ortopédicos. E o Governo do Tocantins ficou responsável por garantir uma contrapartida de 25%, valor jamais repassado. O contrato foi firmado em setembro do ano passado e o Governo do Tocantins acumula um atraso no repasse de R$ 722.123,68 até o mês de setembro deste ano. E ainda pede o repasse futuro de R$ 60.176,96 referente ao mês de outubro de 2024.

Os equipamentos municipais de saúde de Palmas são porta aberta, tanto que a Capital possui pouco mais de 300 mil habitantes, mas conta com quase 500 mil cartões SUS cadastrados. “Ou seja, a prefeitura atende cidadãos de outros municípios. E não é justo com os palmenses e com a prefeitura serem cobrados por quem nem faz o repasse obrigatório de forma regular”, ressalta a prefeita Cinthia.

Determinação judicial

A cobrança judicial foi peticionada na Ação Civil Pública do Ministério Público do Tocantins e da Defensoria Pública do Tocantins – 0020604-57.2016.8.27.2729 -, em curso desde 2016 tratando da regular oferta de consultas, exames e procedimentos especializados na Capital. Nessa mesma ação, conforme audiência realizada em setembro de 2023, consta a determinação judicial para que o Estado do Tocantins apresentasse estudo sobre a complementação de aporte financeiros a Palmas em relação aos serviços ortopédicos e para operacionalização das cirurgias de baixa e média complexidade pela rede básica de saúde municipal.

Sem cumprir a determinação, a Prefeitura de Palmas também requer à Justiça que cobre do Governo do Tocantins a apresentação do estudo de complementação de aporte financeiro.

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