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Cidades

Servidor público que sofreu acidente e não recebeu atendimento em hospital de Paraíso morre no HGP

Por Dermival Pereira


O servidor público da Agência Estadual de Trânsito da regional de Paraíso do Tocantins (Agetrans), Joaquim Gomes de Barros morreu na noite do último sábado, 9, após sofrer um grave acidente de moto na TO-080, próximo ao município de Marianópolis. Segundo uma fonte próxima da família, a vítima teve a perna decepada, foi socorrido por um motorista que passava pela rodovia e levado ao Hospital Regional de Paraíso, mas a unidade teria se recusado a receber o paciente alegando falta de médico para realizar o atendimento.

Sem receber atendimento em Paraíso e nem os primeiros socorros, a vítima foi trazida para o Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada na unidade. “Ele ficou muito tempo sangrando, não sabemos quantas horas ele esperou no local até ser socorrido, pois o dono do outro veículo não prestou socorro, aqui em Paraíso não conseguiu atendimento, então quando ele chegou em Palmas já era tarde demais”, lamenta a fonte que pediu para não se identificar. O corpo do servidor está sendo velado em Paraíso onde deve ser enterrado ainda nesta segunda-feira, 11.


 O Portal CP apurou também que outro homem que estava na moto na companhia de Barros também morreu no acidente, mas como a situação dele foi mais grave,  ele veio a óbito ainda no local e não chegou a ser socorrido.

Crise

A crise na Saúde do Tocantins vem se agravando nos últimos dias após impasse entre o Governo do Estado e os profissionais da área no que diz respeito a carga horária de 40 horas semanais impostas pelo governo à categoria e planejamento das escalas dos médicos, o atendimento está prejudicado em praticamente todos os hospitais do Tocantins.

Na noite desse domingo, 10, o Hospital Infantil de Palmas (HIP) ficou sem médico por um período de 12 horas. O problema havia sido comunicado a SES por duas médicas plantonistas e uma ocorrência policial chegou a ser registrada. O Caso também foi informado ao Ministério Público Estadual (MPE-TO) e a Defensoria Pública do Tocantins (DPE-TO), além da SES e da Diretoria Geral da Unidade, mas não houve solução e quem procurou a unidade não recebeu atendimento.

Na semana passada, todos os médicos que atendem no pronto socorro do Hospital Regional de Porto Nacional pediram demissão e o atendimento chegou a ser suspenso. Os profissionais recuaram após uma decisão judicial que determinou a manutenção do atendimento e que os médicos cumprissem o aviso prévio.

  
No Hospital Geral de Palmas (HGP), a situação é ainda mais grave, segundo reclamações de pacientes e profissionais da unidade. No mês passado, após vistoria do MPE e DPE foi constatado a falta de vários medicamentos e profissionais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo informado pela DPE à época, dois pacientes morrera por falta de medicamentos.


Ocorrência

As médicas Amanda Paula Madureira e Beatriz Rabello de Camargo Neta Ribeiro, ambas lotadas no Hospital Infantil de Palmas (HIP), encaminharam na manhã desse domingo, 10, um comunicado à Diretoria Geral e Administrativa da unidade hospitalar e a Secretária de Estado da Saúde (SES), informando a impossibilidade de continuarem no plantão após às 19h30. Segundo o documento em que o Portal CP teve acesso, o motivo do comunicado é que não há médico escalado para o Pronto do Socorro do HIP após esse horário, (quando termina o plantão das duas profissionais), até às 7h30 de amanhã. 

Um Boletim de Ocorrência (BO) comunicando o fato também foi registrado na 1º Delegacia de Polícia Civil de Palmas. A queixa é assinada apenas pela médica Amanda Paula Madureira. Ela relatou a autoridade policial que trabalha como pediatra no Hospital Infantil de Palmas e que se encontra escalada juntamente com a colega Beatriz Rabello de Camargo Neta Ribeiro, mas em virtude de não ter outro médico escalado para o período noturno, elas não têm para quem passar o plantão. 

“Ocorre que as escalas de plantão encontram-se desfalcadas, o que está gerando inúmeros problemas de atendimento médico que, na presente data, inclusive, o médico subseqüente ao seu plantão, que entraria às 19h30, não se fará presente, e, em decorrência disto, não terá para quem passar o plantão, e os pacientes ficarão então, desassistidos”, pontua a médica no relato dado à Polícia Civil.

médica relata a autoridade policial que trabalha como pediatra no Hospital Infantil de Palmas e que se encontra escalada juntamente com a colega Beatriz Rabello de Camargo Neta Ribeiro, mas em virtude de não ter outro médico escalado para o período noturno, elas não têm para quem passar o plantão. 

“Ocorre que as escalas de plantão encontram-se desfalcadas, o que está gerando inúmeros problemas de atendimento médico que, na presente data, inclusive, o médico subseqüente ao seu plantão, que entraria às 19h30, não se fará presente, e, em decorrência disto, não terá para quem passar o plantão, e os pacientes ficarão então, desassistidos”, pontua a médica no relato dado à Polícia Civil.  


Comunicado


Já no comunicado das médicas feito à Diretoria Geral e Administrativa do Hospital Infantil de Palmas, com cópia para a Secretaria de Estado da Saúde (SES), ao Conselho Regional de Medicina (CRM-TO), ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ao Núcleo Interno de Regulação (NIR), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAS), ao Conselho Estadual de Saúde, Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed-TO), ao Ministério Público Estadual (MPE-TO) e a Defensoria Pública Estadual (DPE-TO), elas fala da “a impossibilidade de permanecer no posto de trabalho no período noturno, após o término da nossa jornada, devido questão de saúde e de foro íntimo”. 

As profissionais também solicitam à Diretoria Geral da unidade hospitalar e a SES que tomem as devidas providências quanto à descontinuidade da escala. “Comunicamos ainda que não temos condições de atender novas crianças, portanto, será necessário fechar as portas imediatamente, não recebendo crianças de demanda espontânea  e nem encaminhadas a menos que de classificação de vermelha – risco iminente de morte”, ressaltam. 

Secom responde

Em Nota, a Secom informou que “a Secretaria de Estado da Saúde (Ses) está tomando providências  e trabalha no remanejamento de profissionais para garantir melhor assistência  aos pacientes  do Hospital Infantil de Palmas (HIP).

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