
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin determinou na noite desta sexta-feira, 4, a formação de uma junta médica para avaliar o estado de saúde do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), preso preventivamente há uma semana. A decisão atende a um pedido da defesa, que busca a revogação da prisão ou a conversão em prisão domiciliar.
A junta médica deverá ser formada em até 48 horas e terá um prazo de cinco dias para apresentar um laudo pericial detalhado ao ministro Zanin. O STF oficiará a Polícia Federal, que por sua vez, acionará o comando da Polícia Militar do Tocantins para a nomeação dos profissionais que integrarão a equipe. A informação foi confirmada pela defesa do prefeito, conforme publicado pelo site Gazet do Cerrado.
Eduardo Siqueira Campos está detido no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar (QCG) desde o dia 27 de junho, por ordem do próprio ministro Zanin. A prisão ocorreu no âmbito da Operação Sisamnes, que investiga o vazamento de informações sigilosas de operações policiais do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação apura se o prefeito teve acesso antecipado a dados que teriam prejudicado ações policiais e beneficiado aliados. A prisão de Eduardo Siqueira Campos não tem relação com atos de sua gestão na prefeitura.
Gestão Interina e Repercussões
Com a prisão de Eduardo Siqueira Campos, a prefeitura de Palmas está sob o comando interino do vice-prefeito, Pastor Carlos Velozo (Agir). Desde que assumiu, Velozo promoveu alterações no primeiro escalão do governo, com a exoneração e nomeação de novos secretários.
As mudanças têm gerado grande repercussão no meio político e entre a população. Aliados de Siqueira Campos, como o deputado federal Vicentinho Júnior (PP), criticaram as alterações, sugerindo que há uma tentativa de apropriação do mandato. A ex-senadora Kátia Abreu também se manifestou em redes sociais, afirmando que “o prefeito de Palmas chama-se Eduardo Siqueira Campos”.
Em contrapartida, o prefeito em exercício tem defendido sua autonomia para governar, afirmando que as decisões são tomadas para o bem da cidade e que não há qualquer rompimento com o titular.